2 de jun. de 2021

185 - ADEUS À VELHA ESTRADA




 Às vezes é preciso fugir da velha estrada,

numa ânsia de nós mesmos,

e procurar na calma fresca da tranquilidade

os frutos doces das explicações

tornadas desnecessárias.


É preciso tornar novamente possíveis

todas as palavras, sem medos ou peias, e

sem a preocupação antecipada pelo correto.


É preciso sentir que é nosso

esse caminho, a ser feito de escolhas por fazer.


É preciso fugir a esse comportamento esperado,

desejado, desejável, previsível, instalado,

que nos rotula e identifica, que

manieta entre limites e

nos impede de criar.


Às vezes é preciso ficarmos sós, sem ecos,

desfrutando do que somos já.

E talvez com isso nos percamos,

e deixemos de lado partes importantes de nós

que também nos são preciosas

e que gostaríamos de manter presentes

no nosso caminho.

Mas não, nunca chegamos a ser

o que não podemos ser verdadeiramente.


E isso, às vezes,

dói demais.



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