12 de fev. de 2018

161 - JAMAIS TE SONHEI MAR

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Jamais te sonhei mar,
imensidão, infinitude.
Mas sempre ambicionei
que, em ti, o meu nado
fosse poema e deslumbramento,
carícia total em gesto conhecido,
elegância escolhida sempre.

Sempre quis que as palavras
fossem passos paralelos dando voz
a caminhos convergindo ao sublime.
Por isso nunca me seduziram os murmúrios
nem as mensagens pouco firmes das lágrimas,
em emoções que a dúvida profana.
Por isso nunca olhei menos longe
que a distância confortável da abstração,
onde se difusam as formas e os medos.
Por isso nunca disse em sussurros
o que o peito me ordenava aos gritos.
Por isso tantas vezes calei a alegria
da erva molhada das manhãs,
insisti em não entender céus luminosos
e fiz-me surdo ao dobrados de sinos bucólicos
que me remetiam a outras épocas
- onde o tempo ainda não era um luxo
e, resultando de um lento passado,
preconizava um futuro
onde tudo estava por escrever.




(foto colhida na net sem autoria conhecida)

CopyrightHenriqueMendes/2017
(foto colhida na net sem autoria conhecida )

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