7 de mai. de 2016

126 - QUANDO CHEGARES







Quando chegares para almoçar
irei abrir-te a porta, e saudar-te-ei
como se fosse normal ter-te aqui
para que não te sintas uma visita.

Apenas me importa que sejas, amigo ou amiga,
parte de um preciosíssimo instante.
E único,  como sempre o devem ser 
os amigos e as amigas e, com eles,
os preciosos instantes.

Iremos comer naquela varanda olhando o rio
e ficaremos santamente bêbados e alegres,
abençoados pela tarde que passa, terna,
prolixa  em cores tintas de vinho e sol
refletidas nessas águas que se vão indo, indo…
Um afastamento de pedaços de espelhos e de céu,
e de nuvens que, passado um pouco, já não estão…

( tal como tu não estarás, dentro em pouco,
e continuarás não estando
até que te sintas  convidado  e voltes a este instante
em que beber vinho na varanda, vendo as águas indo-se,
te torna bendito pelos deuses antigos
que ainda vivem nos finais de tarde,
de algumas tardes assim...
Aquelas tardes de alguns dias,
nos dias de alguns Poetas… )



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