26 de ago. de 2013

86 - QUE TRAGO NAS MÃOS






De tudo o que podia ter sido a nossa história,
acabou sendo só o que pôde ser.
O Tempo não nos concedeu mais,
mas, ainda assim, o que trago nas mãos
são muitos dos gestos que foram teus,
e cicatrizes de coisas que nunca decidirei
se mas ensinaste mal, ou se mal as entendi.
E mesmo depois que escolhi os meus caminhos,
e, caminheiro, caminhei  meu caminhar,
levei comigo por detrás destes olhos de pássaro
a solidão risonha daqueles poucos  
que, inquietos, buscam a paz.
Hoje, no teu aniversário, pai,
escuta o meu  “-Muito obrigado! “
Talvez hoje, tantos anos depois, afinal,
já houvesse perguntas que, se tas fizesse,
não as soubesses responder.
E sei como ficarias contente.
Poupou-me o Tempo
essa memória triste.

3 comentários:

  1. Nossa Henrique! Fiquei emocionada com a sua poesia! Abraço, Anajara.

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  2. Nossa Henrique! Fiquei emocionada com a sua poesia! Abraço, Anajara.

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  3. Mais que um poema, a presença do pai viva na lembrança do caminho partilhado e do que se traz gravado sempre de tudo de melhor que deles recebemos.
    É de emocionar realmente.

    Uma bela homenagem, meu caro Henrique!

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