Sempre há um momento
-madrugada que seja, ou não, que
importa?-
em que começa todo
esse pulsar de coisa nova,
tudo isso que sabíamos que ia
acontecer…
E do lado de lá do rio que então
nasce,
-de lágrimas que seja, ou talvez
de risos,
ou apenas céu disfarçado de rio, (
que importa?),
tão largo, tão fundo, tão cedo ou
tarde já… -
vemos os nossos céus nos reflexos mais diversos
dessa imensa água única que vai indo, indo,
e que aos poucos se agiganta e se
afasta,
ainda tão próxima ao gesto, ainda
tão nossa,
e, apesar disso, já tão vasta…
que um futuro recém deixado de o ser
desaba finalmente, decididamente,
já com ares de agora -ou de há pouco , que
seja.
Talvez de ontem. Será que
importa?-
Cabe num instante do rio, a
mudança das nuvens
que levam escondidos na água os
mistérios
desses céus tão maiores que nós.
Cabem os destinos das chuvas e
das colheitas,
e os olhos cintilantes das noites
traindo
os sonhos distantes que as estrelas
têm
quando nos contemplam lá de cima,
abstractamente…
- e, além de tudo isto, ou de algo que assim seja,
o que haja, se o houver, será que
importa ?
foto e poema: copyrightHMendes/2017
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