26 de jul. de 2013
79 - AGUARELA
Se tivesse de pintar em cores
essa vida de que não falamos nunca,
escolheria um tom bem escuro
para as zangas e as frustrações.
E haveria talvez outro,
pesado de esperança, carente,
um verde-floresta,
abrindo-se a flores
de outras cores.
E amarelos e laranjas de sol,
espaçados em acasos,
com azuis puros de céu
entre nuvens intermitentes
e caprichosas.
E um branco
alvar como a alma ,
onde o destino escrevesse
pela mão de alguém,
num desparrame de carinho
e palavras únicas
- para toda a eternidade
dos instantes.
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