26 de jul. de 2013

82 - DESTINO



Há passos que não se dão!

Apenas aparecem dados, simplesmente. Como se, às vezes, a vida fizesse por nós  aquilo que nós não temos coragem de fazer.

Assim, seja por decisão tomada, ou por uma conspiração de acasos, vemo-nos postos nos trilhos certos, rumando aquele ponto onde presente e futuro se intersectam marcando um ponto.


Um ponto que marca um hoje pré-assinalado com um “x”, onde nossos passos já ecoam - ainda a medo, embora, ainda com receios e hesitações, embora - mas convergindo  já para esse último reduto da lógica  e do controle além do qual começa uma outra coisa, feita de valores mais esparsos e etéreos, espalhados por uma escala de tempo mais dilatada e  mais difícil de entender,  por tão maior que nós, à qual reverenciamos chamando-lhe destino –  e que subtilmente cultuamos também numa tentativa sempre esperançosa de nos ausentarmos de responsabilidades.

Não ausentamos. Sempre fazemos de nossa parte, até por omissão. E, às vezes, cuspimos contra o vento.


Porto Seguro/Bahia/ 2008

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