Talvez haja palavras mais além das palavras mais simples.
Que me expliquem mais em azul, quando quiser dizer “céu”,
ou que façam mais
verde a erva nos campos
por onde galopa, disparado, esse cavalo que monto
rumo ao mais lento de todos
os destinos.
Há-as mais claras, mais
veementes e mais belas.
Mas eu sou caminheiro
antigo,
e busco-as nas
curvas feitas pelos caminhos,
nos segredos da poeira mil vezes levantada,
que mil vezes assentou lentamente sobre o mundo,
-e mil vezes revelou detalhes preciosos
de histórias que ninguém contou.
Venho dum tempo
em que as palavras eram fáceis e iguais,
preciosas, fáceis de usar.
Soavam, diziam.
e não contavam histórias.
Hoje conto, de todas as vezes,
cuidadosamente,
o preço que pago para que as contem.
E digam exactamente
que cores quero no meu céu,
e como pinto o meu destino.
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