Meu canto é chão,
profundo.
Pesadas são as cores das minhas paisagens,
em acasos de pincel e tinta.
Errantes são meus
trilhos, em pegadas incertas
pelas poeiras dos
caminhos ermos,
que ninguém mais percorre.
Mágicas, as vozes
que falam por mim,
em longas frases,
roucas e singelas.
Forte, é essa
vontade que me consome
e gera linhas cheias de palavras, como bálsamos.
Imensa, a extensão
do meu querer, repetindo-se
em plágios de mim
mesmo.
Velhas, essas ruas
calçadas de negro,
nas noites claras
de tantas cidades iguais,
onde tantas vezes me procurei nos outros,
sempre tão
esquecido de mim...
CopyrightHenriqueMendesJan/2008
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