15 de jul. de 2022

197 - CANTO CHÃO

 



 

 

Meu canto é chão, profundo.


Pesadas  são as cores das minhas paisagens,

em  acasos de pincel e tinta.


Errantes são meus trilhos, em pegadas incertas

pelas poeiras dos caminhos ermos,

que  ninguém mais percorre.


Mágicas, as vozes que falam por mim,

em longas frases, roucas e singelas.


Forte, é essa vontade que me consome

e gera  linhas cheias de palavras, como bálsamos.

Imensa, a extensão do meu querer, repetindo-se

em plágios de mim mesmo.


Velhas, essas ruas calçadas de negro,

nas noites claras de tantas cidades iguais,

onde  tantas vezes me procurei nos outros,

sempre tão esquecido de mim...

 

 

 

CopyrightHenriqueMendesJan/2008

 

 


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