Às vezes é preciso fugir da velha estrada,
numa ânsia de nós mesmos,
e procurar na calma fresca da tranquilidade
os frutos doces das explicações
tornadas desnecessárias.
É preciso tornar novamente possíveis
todas as palavras, sem medos ou peias, e
sem a preocupação antecipada pelo correto.
É preciso sentir que é nosso
esse caminho, a ser feito de escolhas por fazer.
É preciso fugir a esse comportamento esperado,
desejado, desejável, previsível, instalado,
que nos rotula e identifica, que
manieta entre limites e
nos impede de criar.
Às vezes é preciso ficarmos sós, sem ecos,
desfrutando do que somos já.
E talvez com isso nos percamos,
e deixemos de lado partes importantes de nós
que também nos são preciosas
e que gostaríamos de manter presentes
no nosso caminho.
Mas não, nunca chegamos a ser
o que não podemos ser verdadeiramente.
E isso, às vezes,
dói demais.
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