Se eu fosse colorir o tempo,
pintaria todos os estuários dos rios
com pôr de sol.
E em todos os penhascos
pintaria limites com a erva mais
verde,
cravejada de pedras caiadas de
branco.
E lá de cima poderiam ver-se
em todo o mar, adejando ventos,
as sombras de velas brancas,
subindo, descendo, acariciando
ondas e espumas efervescentes
em todas as cores.
Seriam em tons de areia os infinitos,
com coqueiros em vénias lentas
para onde correr em pausas
de sedes e risadas,
e faiscantes de água os olhares
de quem olha longe e não se
encontra.
Faria da cor poeirenta dos caminhos
a memória das pedras silenciosas
que escrevem o tempo em sombras
e resistem aos ventos.
E no barro avermelhado dos telhados,
deixaria intermitências de vidro
transparente
por onde o sol pudesse pintar em arco-íris
e as estrelas ousassem visitar sonhos
em doçuras primordiais.
E talvez nem fizesse mais...
Maravilhosos tons, meu amigo...como todos os seus versos.
ResponderExcluirParabéns!