Queria um olhar límpido e vago,
onde não houvesse mistérios,
mas apenas a total falta de ansiedade
duma manhã abrindo-se a outro nascer de sol.
Queria uma erva molhada e um cheiro de sonhos
remanescentes, em azul profundo.
remanescentes, em azul profundo.
Campos atávicos entre montanhas
onde nuvens impossíveis chorassem
aves insuportáveis, em risos de ave.
E árvores, como dedos erguidos
a um céu impossível de se apontar.
.
A beleza da tua poesia, Henrique, que eu, ainda que de longe, não deixo nunca de ler (dependendo do momento, mais ou menos assiduamente), mantém-se inalterável. Direi, meu "velho" amigo, que, se possível, se tornou até mais bela, menos adjectivada, mais fluída.
ResponderExcluirUm beijo do outro lado do mar grande
tua amiga
Mel
É uma desiderata profunda e muito lírica, com construções dignas de um imenso talento poético, esta que você nos dá aqui, meu caro Henrique. É texto denso e que exige releituras, reflexões.
ResponderExcluirMisto de simbolismos muito pessoais, creio, e de imagens quase surrealistas, o seu poema impacta pela expressividade intrínseca que ele contém, pela força imagística da manifestação do sentimento, de um desejo que, mesmo que vago, é transcendente.
Todo o poema é belo, luminoso, porém o dístico final, me perdoe, amigo, mas é digno dos melhores poetas que eu ainda conheço.
Um forte abraço e minha admiração de sempre.
André
Meu caro amigo Henrique,
ResponderExcluirNada é vago quando leio a sua poesia e ela sempre me remete à lugares, imagens,sons e lembranças nem sei de que ou de onde, talvez às mesmas nuvens deitando lágrimas sobre as montanhas e às mesmas aves tagarelando (tal maritacas) risos de escárnio, como se me roubasse o sossego.
Intensamente belo!
um abraço,
Celêdian