Começamos por baixo, ajeitando pedras
e sobras dum passado feito de momentos.
Sempre recriamos, quando reciclamos rumos
e apontamos a destinos distantes
como se pudéssemos chegar neles assim,
afastando objecções com a vontade,
e adoçando com seduções de luz dourada,
brilhos e sorrisos
cúmplices de alma,
todos esses passos que,
passo a passo,
nos empenhamos em dar.
Somamos instantes
como quem faz vida,
sem pensarmos que é a
vida que faz instantes.
E sem pensarmos que as nossas escolhas
não são destinos, mas apenas
aquilo em que nos empenhamos.
Um esforço concertado
de desejo e de vontade
tentando trazer a esse mundo cinzento, quotidiano,
todos os outros tons de coloridos ignorados,
sussurros adiados de amarelos vibrantes e vivos,
todas as cores que gritem aqueles brilhos
que nos aproximem do extremo, dourado-único,
que, como um tesouro,
ansiamos ter.
Mas somos instantes, como
sorrisos sorrindo no espelho.(Foto: Henrique Mendes 2012 )
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é precioso para mim!
Comente, por favor :