Já cantei momentos
únicos.
Preciosos, entre os
instantes.
Dei voz às ruas de cidades
só minhas
que tantas vezes
abracei
com olhos de amante.
Adentrei-lhes sombras
e recônditos,
amei-as em nichos e
alcovas,
perdido nos
encantamentos
surreais das suas madrugadas.
Conheço-lhes os outros
instantes,
o cansaço antecipado de
quem vai
e ainda tem pela
frente o dia inteiro.
E depois a volta, anoitecendo.
Presenciei alguns dos
seus segredos,
surpresas, coisas de
às vezes…
Escutei-lhes tantas
memórias,
em longos instantes de
silêncio,
que me fizeram
guardião
de muitos dos seus
ecos…
Trago na ponta da língua
mil dos seus sabores e
segredos…
Histórias de chegada e
de partida.
Gestos acontecidos de
improviso
na improbabilidade do
impensável,
e fantásticos fulgores
de acaso.
Escutei-as ciciar baixinho
os seus medos e
vontades
de cidades apenas, sem
tempo,
também elas feitas dos
instantes
que, somados, são esse
mundo
que me faz a mim de
instantes.
Somados…
Cada um deles
precioso,
e mil vezes
relembrado.
Dos quais não me
separo,
nem me ausento ou
dispenso,
e que compõem essa voz
lenta, simples, já
longa,
com que canto a minha
vida
em palavras como
momentos…
Pequenos mundos de
palavras
nascendo e
separando-se de mim.
Instantes de um
instante…
(foto: H.Mendes )
Um poema belo, de quem sorveu os instantes!! Fotografia magnífica, pois é a fotografia, outra forma de poesia!! Abraços Poeta amigo!!
ResponderExcluir