Essa luz que some e se embaça,
É o fim qualquer de mais um dia...
tela fina que só de ser olhada se esgaça
e que se fosse tocada
se desfaria…
Invejo, sim, esse tempo
diminuindo,
sempre encurtando-se,
reduzindo-se, afastando-se, indo,
como se longe não fosse bastante ,
e desse horizonte restante,
de Poeta, sempre pretendido
além do que está,
parecendo já ali, quando é muito mais lá,
cheio de paradoxos, realidades,
impossibilidades,
e perigosos bichos –temores ,
incontornáveis razões
- e finalmente aquela
dores !
que, como se sabe bem,
um Poeta sempre tem .
Traz consigo aquela doçura especial,
talvez carícia meio secreta.
Com a qual desafia a vida , dia após dia,
tem com ele o que dele faz Poeta
e a saudade, a tal,
que torna o resto em Poesia.
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