Talvez por um momento
eu possa apontar no teu destino
a breve nota de um instante.
Quem sabe ? Nem acho que seja fazer muito…
Seria apenas uma breve nota,
como um chilreio de passarinho
desses mais normais, duma manhã
qualquer,
dando vida a alguma dessas clareiras mágicas
que um raio de luz desenhou
que um raio de luz desenhou
num quase-silêncio feito de paz.
Talvez possa dizer-te que hoje
é o mais importante dos teus dias,
se me escutares…
Se o ruído de tudo o que não és,
e o grito renascido do que já
esqueceste
não se impuserem ao teu momento.
E a ti, hoje e agora…
Sim, hoje é o mais importante dos
teus dias,
porque nessa corrida para o espelho
que agora fazes, em ânsia de alguma
coisa,
não conta o que tenhas já feito, mas
sim…
que hoje é véspera de amanhã.
E amanhã é quando o futuro começa,
e por isso ainda podes escolher
quais o momentos e quais os cantos,
de quais passarinhos,
de quais passarinhos,
pretendes ouvir naquelas clareiras
encantadas,
desenhadas por raios de luz dourada
em alguma manhã qualquer, quando a paz
te for uma preciosidade, e o teu espírito
estiver sedento do quase-silêncio.
estiver sedento do quase-silêncio.
Por isso, acho que nem aspiro a muito!
Apenas a recordar-te que as manhãs são
tuas.
E que os chilreios nunca chegam
sozinhos,
mas
sempre que escolhemos não censurar
o Tempo,
- e não nos censurarmos -
até finalmente esquecermos
de tudo o que já não somos,
e nos abrirmos ao instante.
Os outros, olha…
São só os outros,
de outros momentos.
Até amanhã.
Que chegues bem !
Que bela reflexão, Henrique!
ResponderExcluirSempre muito bom ler os seus textos poéticos...
Muito obrigado, Zélia. Fico feliz por te-la como leitora ! Um abraço
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