26 de nov. de 2017

156 - TODOS OS AMIGOS





Todos os amigos que não tive
me deixaram no peito, em aberto,
um buraco largo e sombrio,
profano e sem remédio.

Mas todos os que tive foram bons
e procurei dar-lhes o carinho certo
para trazê-los até hoje,
numa valsa que o tempo dançou.

Também foram excelentes
os que imaginei ter, e me levaram
a ser melhor buscando os caminhos 
da reciprocidade fértil 
-mesmo que desiludida.

E a todos os outros, que o não foram,
devo-lhes o tempo poupado
em reticências.

Que o tempo nos traga mais a todos,
neste dia e sempre.


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