Olho para nossos passos, de Poetas…
Afinal, acabou por ser diferente.
Nem a vida nos
trouxe momentos tão maiores que nós,
nem nós
soubemos, talvez, vivê-la de forma a merecê-los.
Mas será que provocamos
novos brilhos nas estrelas,
como sussurros
luminosos e secretos, mais vozes por entre vozes?
Será que lhes demos
algo nosso, um toque de precioso e
único,
nesse afã de
acariciar o outro lado da coisa simples ?
Não sei ...
Mas sei que vale
a pena!
Sei que as minhas
mãos acham, todos os dias,
o jeito daquelas
carícias antigas, que um dia inventamos
e trouxemos ao mundo convictos, com a alegria de
quem vê
velhos gestos
florescerem em novos roçares de alma.
Sei que encontro
sempre, no ar rarefeito do quotidiano,
os cheiros
essenciais das descobertas surpreendentes
com que
acrescentamos aos dias o nosso colorido feliz.
E nessa torre,
que pelo tempo fomos construindo
em coloridos tijolos feitos de instantes de Poeta,
o tempo passou
sem que víssemos,
e a cada dia fomos
erguendo em todos os tons
as paredes
arco-íris de um novo piso
que na véspera
ainda não havia, nem
sequer estava
por inventar, ou
a sua falta por
sentir,
ou ainda não
estavamos tão alto
que o ar
rarefeito nos deixasse tontos,
num outro
prodigio de uma outra embriaguês.
Só aos poucos
pensamos em escadas,
e no tamanho de
todo esse edificio,
e no lado
prático do que não nasceu para ser assim.
E tontos, tropeçamos
em restos de palavras abandonadas
acumulando-se
nas sombras como lixo de obra,
rico em coisas que
não dissemos.
E, Poetas,
esbarramos no medo que nos é atávico
de encontrar
palavras de onde a poesia está ausente.
E isso… não !
Antes o silêncio
alegre
das páginas em
que nos revemos,
nos escritos dos
outros.
Antes as
memórias dos nossos cadernos
carregadas com
tanto desse tudo quanto fomos
enquanto fomos
sendo tantos
desses outros
tantos
que afinal somos,
sendo únicos e
Poetas.
foto HMendes
foto HMendes
Eu morro dizendo das paredes e chãos batidos dos pisares dos idos, pela necessidade que urge dos cadernos antigos de um mundo que vou ressuscitando para às vezes, e tantas vezes ninguém sequer perceber. E venho aqui Poeta, num dos raros lugares, onde o cansado coração pára, para para ler as palavras sagradas, daquilo que não sei dizer, mas sentir sim. Um abraço Henrique.
ResponderExcluirObrigado Dorothy ! Vem sempre ! Quando os Poetas partilham seus cadernos, junta-se um mONTe de poesia. Um abraço, minha amiga.
ExcluirQue bonito :)
ResponderExcluir(sou a Graça do António, teu primo...olha, giro isto de ser "a graça" dele, que nem sou :) )
Ahh...mas convenhamos que o mocinho é enGRAÇAdo ! Hummm... ou seja...agora está até mais enGRAÇAdinho... Pois... ( ihhh, piorou...foi... )
ExcluirOlha, sabes que esta coisa de comentar comentários é muito complicado ???
da próxima digo-te só:
- Obrigado, Dinada ! ( ein ? não digo ? tás a ver ???? parece que respondeste )
Beijinho.
Querido Poeta: Muchos podemos hablar de las estrellas, de los arco-iris, de las caricias. Algunos pueden escribir sobre esos temas, pero de los mismos, pocos, solo muy pocos hablan y escriben convirtiendo lo cotidiano en poesía. Un abrazo y gracias por compartir tu Poesía.
ResponderExcluirMuy querida amiga Connie: El cotidiano es subtil, y dejamos de verlo exactamente por lo vermos tantas veces que dejamos de darle valor. Y parte de ese valor es un tesoro echo de una belleza sencilla y fugaz al tiempo, que perderemos si no la registramos - y eso es el que intento hacer. "Quotidiano subtil" es el titulo de mi primer libro de poesia. Textos independientes unos de los otros que registran intantes sencillos del cotidiano.
ExcluirUn besito, amiga.