Não sei que
horizonte, que medida chã,
que outro
tempo, ventos e rumos,
canto no
meu canto, de voz alterada.
No meu
canto de costas guardadas,
por paredes
de pedra forte e fria,
sem
grilhões nem abraços.
No meu
canto, caverna de dragão,
em
confortos de dor profunda,
risos de felpas
antigas sob a pele.
( Não sei de taças erguidas, hoje.
Sei de
portas para sempre fechadas...
E de ruas
que fiz com palavras,
cruzando
toda uma cidade de destinos
que me são
profanos, e hostis,
para levar
mensagens que nunca serão lidas,
e outras que já nunca
escreverei.)
Sei da
chuva lavando as calçadas de pedra
como
lágrimas colectivas,
onde as
minhas nadam, campeãs.
19.03.2015
Foto: S. Gimigniano/Toscana/Italia
Foto: S. Gimigniano/Toscana/Italia
Sensível e inspirador, parabéns!
ResponderExcluirDeus meu, é muita responsabilidade comentar um poema deste quilate! De que tão clara alma, tão pura, íntegra. Não no normal das coisas pequenas, não, mas da vastidão donde às vezes eu nem alcanço. Fraternal abraço Henrique
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