Se houver
na vastidão desse horizonte sem abrigo
outros caminhos por onde soem os meus passos
talvez não
seja só a vida, que me leva nos braços,
e me
descubra também cumprindo um fado antigo.
Algo assim
como se fosse um destino, só mais forte.
Voz troante
de dentro, impossível de desobedecer,
indo além
da razão, da ponderação, e até do querer
-
sortilégio profundo forçando-me a um
outro norte.
E erra quem
me escutar algum lamento ou queixa.
Não
temo ser um dos tantos que também que sou,
nem fujo do
destino que me leve para onde eu vou.
E se houver
no vento alguma voz, ou alguma deixa,
que importa
como se desenrola a peça, ou se acaba?
Se é destino,
ou se é fado - ou mesmo se não é nada…
copyrightHenriqueMendes 2017